Lúcio,
recém-casado, desejoso de acertar em suas decisões e ser feliz, compareceu ao
templo, acompanhado de sua esposa. Solicitou a ajuda do orientador e lhe
perguntou:
-Como
faremos para mantermos nosso casamento firme no transcorrer dos anos e sermos
felizes a vida toda?
O
orientador respondeu:
-Filho,
viva como se estivesse sentado na extremidade de uma gangorra e sua esposa na
outra. Tem que haver o equilíbrio das duas partes para que a gangorra permaneça
na horizontal. O que vai determinar que ela permaneça estabilizada, não será o
peso corporal, mas sim o peso das atitudes de um no coração do outro.
-Como
assim? Perguntou o jovem marido.
-Se
vocês forem mansos um com o outro, a gangorra será mansa. Se vocês se enervarem
e se descontrolarem, agredindo-se verbalmente, a gangorra começará a vibrar
fortemente e vocês escorregarão nas reações imprevistas. Geralmente, um dos
cônjuges, quando começa a perceber que existem diferenças a serem transpostas
com amor e paciência, e, não tendo a paciência necessária, começa brigar,
gritar e ofender. A outra parte começa a se encolher emocionalmente e se fecha
em mutismo para se proteger; ou então por medo. Quando não existe o mutismo da
outra parte, ela também vocifera e agride. Aí o congelamento das relações se
efetiva. O tempo passa, o gelo aumenta e a felicidade acaba. O lar fica, então,
fica entregue aos espíritos do mal, que insuflam cada vez mais a discórdia.
Diante
do silêncio reflexivo do casal, o orientador arremata:
-Sigam,
pois, o caminho da compreensão, entendendo que os dois, com certeza, possuem
qualidades e defeitos. Saibam que, quem não consegue conviver com diferenças,
acaba na solidão. A solidão não deixa de ser uma péssima companheira, quando a
temos por nossa incompetência em relevar e perdoar, achando-nos sempre com a
razão.
Maria Nilceia