Já ouvi contar uma linda história
sobre o momento em que Deus criou cada um de seus filhos e deles se despediu, a
fim de que seguissem seu caminho, sem no entanto perder a intuição do que
vale a pena e do que não vale.
Dizem
que o último colóquio entre Deus e o ser humano, antes do mesmo aportar na
Terra foi:
-Filho
de meu coração, com o qual compartilho a minha essência, o meu poder e o meu
amor! Aproxima-se o momento em que o soltarei na Terra, para que conheça toda a
grandiosidade da vida que estou lhe dando. Que fique gravado em sua mente o meu
pedido: não perca a simplicidade de sua alma, ela é a cópia da minha... não
ofereça ao vento a inteligência que lhe dei, pois ele levará embora o seu
discernimento, e se isso acontecer, será fácil você se apegar ao que não lhe
será de utilidade. Prefira o verbo singelo, que não ofende e nem oprime.
Conserve expressão suave, para que seu irmão veja em você a delicadeza que
lhe dei. Seja leve como o pássaro, que ao bater as asas, solta um ruído
agradável, e ao gorjear, encanta os demais animaizinhos que se põem a
ouvi-lo. Aprenda a agradecer e a retribuir, pois, todo ato de cortesia,
mostrará a beleza de seu humor. Quando algo o entristecer, busque logo a
alegria em algo que lhe dê satisfação, pois não o criei para a tristeza. Use
aparatos poucos e tão elegantes quanto os seres translúcidos do fundo do mar. E
quando estiver difícil a caminhada, não se esqueça de me chamar, através da voz
do seu coração, pois é por ela que virei a você. Por mais que esteja em
desespero e em lágrimas, lembre-se que o sol voltará a brilhar. Será apenas
questão de tempo.
E,
dando um beijo na fronte do filho criado, soltou-o em espírito... e o mesmo
veio descendo à Terra, qual pluma dançante ante a brisa que suavemente o
depositou no ventre de sua mãe.
Assim,
irmãos queridos, não nos percamos de Deus, pois Ele não Se perde de nós.
-Maria Nilceia