quinta-feira, 5 de maio de 2022

Abrindo as Algemas

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Abrindo as Algemas


Chega a hora em que o ser humano preso ao passado tem que se desligar do mesmo e parar de sentir prazer em relatar desgraças.

Chega a hora em que não se pode mais desejar que existam pessoas dispostas a ouvir lamúrias sem fim.

Chega a hora em que ninguém mais vai perguntar: tudo bem? A resposta já é conhecida. Então, para que perguntar? 

O horizonte sempre se abre para todos, com várias possibilidades de trabalho na senda do bem e da realização pessoal.

Os protetores se aproximam. Ajudam e mostram o caminho. Em grande parte das vezes, em vão.

O  sofredor prefere prosseguir degustando o próprio sofrimento. Prefere se arvorar no comodismo das reclamações sem fim. 

E o caminho a seguir, que poderia abrir-se tão amplo, é fechado pelo egoísmo do sofredor. Egoísmo sim, pois ele pouco acredita que existam  desgraças maiores que a dele. E ele não presta atenção nas pessoas que, apesar de padecerem, esforçam-se por viver de maneira positiva. 

Veio-me à mente, Jerônimo Mendonça. Ele não movimentava nenhuma parte de seu corpo, mas fazia palestras de autoajuda deitado numa maca. __

Quem reclama muito e não presta atenção nas orientações que recebe, acaba só. Só, porque se acomoda. 

A vida é feita de escolhas. Quem escolhe errado, nada de bom colhe. Soltar-se do passado é permitir que ele vá embora “com o rio das águas libertadoras”.

Maria Nilceia